Sem Eira nem Beira

O eterno feminino

Queda raspada em gravilha, a ferida com restos de pedrinhas minúsculas entranhadas dentro dos cortes.

Que é preciso lavar, e que arde…ai …arde tanto

Este olhar meigo, profundo, laivos verdes, herdados da avó

O eterno feminino cravado naquele corpo esbelto, direito, tão distinto

Endireita-te…anda com elegância e classe

Também por dentro…sobretudo, por dentro…

É que são muitos anos de tanta mediocridade à volta.

Tantos anos a condescender…

Mãe…o teu maior defeito é seres tão condescendente…arranjas desculpas para toda a gente…. dizias-me tu, Rita…

Histórias de vida, trajectórias, rotas de colisão, e eu sempre a pensar na dureza da vida, na fragilidade do ser humano, na vida soturna de todos nós, na solidão dessas pessoas…na minha, também, claro.

Soltou-se a âncora …porto seguro a esvair-se… a canoa à deriva, daquelas feitas a mão

O eterno feminino já sem condescendência.

É que já não tenho paciência!!!