Sabe como vou para a Atlântida? Perguntou-me você, num fim de tarde morno...
Não sei o caminho mas vivo lá em noites de lua cheia...quis responder mas as palavras ficaram-me presas na garganta. São só compassos de espera entre vontades, entre impulsos, porque não, não passa disso, é melhor mesmo ficar preso na garganta, entre espasmos, ranhos e escarros, promessas de vontades, de quereres, promessas vãs e ocas e vazias, frases soltas que as levam o vento do décimo primeiro andar, selva de cimento, sem sol, sem luz, sem os finais de tardes mornos e os amanheceres fortes de sol quente e eu a abraçar o dia, o sol, o calor, e a esvair-me aqui numa cadeira branca de plástico, os olhos num horizonte pardo, a e as promessa-promessas a martelarem-me, eu a tentar sossegar, elas foram algumas, contarei pelos dedos? não me dou ao trabalho, nenhuma valeu, perdeu, perdeu, perdeu, a vertigem do salto, a laje clara e pedaços de verde, não aquele que encontras nas matas da Atlântida e onde encontras também no véu de noiva de bicas longínquas. Deixa-me gritar-te também e que os meus gritos gritem mais alto que os teus, que te firam os tímpanos e te cortem palavras, as vãs, as vazias e ocas que para nada servem, as promessas de vontades e quereres e a Nana Caymmi que, entretanto, te sussurra: não se esqueça de mim e os re's, as definições, compose e composes, compõe no re uma promessa que seja cumprida, perdeu, perdeu, perdeu, disse o menino de 38 encostada à cabeça, levanto as mãos, palmas para cima, não as que te bato no final do show, as minhas, com riscos de vida, amor e saúde, rendo-me, perdi, perdi, perdi, uma e outra vez, e tantas e sempre ou quase sempre, e vão 3 pombinhas a voar, uma é minha, outra não é tua, outra fugiu, não é de quem a apanhar, cruza o céu cinzento, onde o sol não tem lugar e vai rumo aos amanheceres fortes de sol quente, com rota previamente definida por mim, finta os helicópteros e nem penses que pousas nos verdes do véu de noiva de bicas longínquas, mais um gole e outro e outro, o líquido quente que me queima as goelas e a lage clara a acenar-me, vem, não vou, ainda, espasmos e vertigens e os arrepios quando te descolo de mim, o coração que se aquieta quando te sinto o calor, dá-me a mão uma vez e outra e mais e muitas, dá-me a mão, perdeu, perdeu, perdeu, eu sei, perdi, rendi-me, não foi? Não quero mais a Seara, não Ceara, não quero os monstros brancos com quatro pás enormes do sertão, em tempos lutaste contra elas com a tua lança de Quixote, montado no teu cavalo, eras, és, Quixote, a história era outra, contava-ta sempre que encontrávamos os monstros brancos, não é esta que agora me dilacera, nesta história o the end é perdeu, perdeu, perdeu, afinal a vida quis assim, foi Oswaldo Montenegro que o disse e se puder sem medo, di-lo, que o quero ouvir é apenas a verdade para que se acabe de vez o dó de te ver a derreter, qual máscara de cera e, definitivamente, não escrevo em maiúsculas porque não me apetece, não tenho mais vontade de te moldar em cera, são muitas vezes a derreter, vezes e vezes sem conta, sem um, dois, três, sem prova dos nove, perdi, perdi, perdi, e sim, não sei o caminho mas vivo na Atlântida nas noites de lua cheia. Traz até mim o cadeirão preto do sonho, aquele onde outrora me aconcheguei e onde me quero deitar, não em posição fetal que essa nem nunca contou, mas em posição reta e firme, de mãos postas, afinal, o que conta é quem é devota de são Cristovão, padroeiros das bicas longínquas e da virgem Maria, Âmen, bendita sois vós entre as mulheres e bendito o fruto de quem me entra no ventre, agora e na hora da nossa morte, a boca é contorcida, o sorriso é feio mas sempre melhor que um olho vesgo e uma cara deformada. Seco-me por dentro, dilacerada, as palavras ficam-me presas na garganta mas o choro sai em prantos, lágrimas que não me importam, dores que não são minhas, não quero saber nem me importo com isso, que se aguente à bronca, afinal, essa merda toda para quê e porquê, são só momentos ou, O momento, de entre os momentos, saberás acaso o quanto custam horas e horas nos epistemes, a voz fica rouca e é a saliva da mãe de deus que me serena, me recompõe, sai daqui, vai dormir, tenho urgência em ficar só, perdido em ti, sem ti, é só um canto inferior direito coberto de letrinhas que formam palavras, palavras que formam noites e encontros e abraços e quietudes de saudades, bateu sim, bateu uma saudade, logo hoje que até choveu, não se esqueça de mim, disse Nana, e tu no re, a promessa levou-a o vento, chega-me lá a merda do cadeirão preto do sonho, perdeu, perdeu, perdeu, disse o menino de 38 encostada à cabeça, perdi sim, rendi-me há anos e nem isso adiantou, troquei o voo e aterrei em salvador, não o da pátria, o outro, o que fica a beira mar plantado, não sem antes to ter dito e pedido a tua anuência e por entre palestras vou levitando, faltou-me o r, trouxe de lá algo esquecido e que andou comigo por meses até to poder devolver, logo no início do ano quando voei até ti em um pássaro de aço, nunca lhe toquei apenas o vi, negro e grande, devia ter tocado e revirado e atirado contra a parede, afinal foi assim que destruíste dois e eu perdi, perdi, perdi, quero lá saber das pedagogias, não das pedagogas que essas são as mães do senhor, as pedagogias das autonomias porque para a dos oprimidos bastam os cras lá das bicas longínquas onde a psico é prefixo e lá vou eu em rota de colisão às pedagogias, é tarde para mim, o meu caminho foi outro, enveredei por outras escolhas que não a da palmatória, perdi, perdi, perdi, dá-me a mão, encosta o teu corpo ao meu, deixa-me sentir o teu cheiro, ainda hoje me mergulhei nele na tshirt amarfanhada aos pés da cama, afasta o menino de 38 encostada à cabeça, não me fales palavras vãs, ocas e vazias, fala-me a linguagem do amor, aninha-me nos teus braços enquanto me deitas no cadeirão preto do sonho e me dizes baixinho: perdeste...
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. RIP
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