Nunca partilhas o software.
Porquê?
Pergunta “a menina de olhos meigos, a tresandar a dogparfum”, enquanto continuas na asa do avião pronto para os teus voos e olhares de cima, o rio tranquilo onde sempre mergulhaste.
Sim. Eu sei. A menina sussurrou-me aos ouvidos que os afluentes que se desviam, desaguam sempre no mesmo leito.
E ao longe, “o acordeon, ganindo notas <canta y no llores, por que cantando se alegran, cielito lindo, los corazones>”
No deseo llorar, deseo volar, cielito lindo, y animar mi corazón.
Antes de volar, recupera os ficheiros, arrasta-os para a pasta do sempre, enquanto me colocas “a máscara do oxigénio e me dás os comprimidos coloridos da cor da amizade, misturados com o ficheiro do amor”.
Estarei na ribeira, naquela onde sempre estive, sentada, com pombos nos olhos e nos cabelos, a fazer brincos de cerejas, rodeada de cartões de frigorífico desmantelados marca Bosh e de rolos de cobertores de papa, cigarros avulsos espalhados e um pacote de líquido tinto vermelho sem rótulo. Não tenho caroços de sangue nas mãos, mas tenho compressas de gaze absorventes no fundo da garganta.
Aceno-te da margem do rio e faço “downloads de ternura” com os quais encho sacos de serapilheira, sempre insuficientes, para travar os desvios dos afluentes, as tempestades que extravasam as águas e arrastam consigo, misturados em lama e detritos, os ficheiros do amor.
Don’t stop, don’t stop to dance… e eu estremeço, em convulsões ao som de raves violentas, estridentes e… não, não stop to dance, “cantando-se alegran, los corazones”, no deseo llorar, deseo volar en sus brazos, e empurras até ao fundo da minha garganta “o antibiótico, num frasco de soro com duas pedras de gelo” enquanto me agito com as batidas da rave, que já não é rave, são os ventrículos em espasmos, cardiopatias em delíriums tremens, golfadas de sangue e músculos, em enxurradas, que me arrastam, me sufocam, me engasgam. E eu exangue de olhos esbugalhados a contemplar el cielito lindo.
Canta e no llores e já sem ou, com lágrimas no copo, elimina da reciclagem o ficheiro da “girl de olhar meigo com uma enorme esperança de vida”, enquanto me banho nas margens da ribeira de Ode a louca e aceno sem forças ao Arade.
Onde ficam os tempos ritmados ao som da dor e do silêncio, em que a formatação do disco se perde nos acordes da câmara, outrora coberta com um pano azul, e agora um tão colorido, onde o vitral de olhos cor do mar descansava, cansado da corrente do rio, dos afluentes, das correrias pelas encostas?
Show must go on, digo ao longe na asa do avião e eu perdida, sem para quedas, porque não, não deseo volar. Aperta-me, dá-me calor, lê o livro que escrevi para ti, enquanto engolia luas e descascava sóis, empoleirada não na asa do avião, mas em arco-íris e em algodões de nuvens, páginas e páginas, capítulos inteiros, lambe o dedo e folheia-o, não tem The End, e é só um bocadinho chato, muitos dos capítulos têm páginas em branco e, outros, hieróglifos escritos com sangue, pacto de amor, e até podes saltar esses. De resto, sobram só aquelas que têm manuscritas o Prefácio, Introdução e Posfácio e, nem sequer, é por essa ordem.
E ao longe, “o acordeon, ganindo notas <canta y no llores, por que cantando se alegran, cielito lindo, los corazones>”
Nos teus olhos geométricos da cor do céu, onde cego de amor, continuo a surgir como “uma sombra com dois sacos de papel de solidão”.
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. RIP
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